Em 2017, 60.000 estudantes se matricularam na Universidade de Buenos Aires e muitos são estrangeiros e especialmente brasileiros. “O aumento do número de estrangeiros vem sendo notado nos últimos dois anos, mas muito mais neste ano”, disse Jorge Ferronato, diretor do Ciclo Básico Comum da UBA, ao Clarín.

Os futuros médicos brasileiros que se formam em Buenos Aires

Em 2017, 60.000 estudantes se matricularam na Universidade de Buenos Aires e muitos são estrangeiros e especialmente brasileiros.

De acordo com os registros preliminares deste ano, o ranking de estrangeiros no chamado Ciclo Básico Comum (CBC), que é o primeiro ano de todas as carreiras da UBA, começa pelos brasileiros, cujo número seria quase a metade do total. Depois vêm os chilenos, os colombianos, os peruanos e – pela primeira vez entre os cinco primeiros – aparecem os venezuelanos.

Com os estudantes brasileiros há uma particularidade: cerca de 60% escolhem a carreira de Medicina.

“Os brasileiros têm mais dificuldade nas matérias de humanas do que nas de química, física ou biologia. No começo, a barreira é o idioma. Eles entendem melhor do que falam e isso se nota nas provas orais. Com o tempo eles se soltam e já não fica tão explícito”, diz Ferronato.

O fenômeno é um verdadeiro boom. Os jovens preferem viajar milhares de quilômetros, ficar longe de suas famílias e aprender um idioma a estudar no Brasil.

O fenômeno é um verdadeiro boom.

O motivo é que no Brasil as universidades públicas oferecem em média 100 vagas por ano em medicina, e em uma cidade como São Paulo, por exemplo, moram 12 milhões de pessoas.

“Tem muito poucas vagas e os jovens resolvem viajar para a Argentina”, disse Javier Amadeo, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ao Clarín.

“Com o que eu gastaria em um mês estudando medicina em uma universidade particular do Brasil, na Argentina eu posso viver um ano inteiro”, diz Raissa Wenderroscky (19), do Rio de Janeiro.

Nick, Paulo e Alberto reafirmam o que ela diz e acrescentam: “Nós preferimos aprender um idioma e estudar aqui a estudar no Brasil”.

Os quatro se matricularam neste ano no CBC e a ideia, como a da grande maioria dos brasileiros que estudam na UBA, é entrar na Faculdade de Medicina.

Cerca de 60% dos brasileiros escolhem a carreira de Medicina.

“A universidade de Buenos Aires é reconhecida em muitos países, ela te abre as portas do mundo e isso também nos levou a escolhê-la como lugar para estudar”, dizem os jovens.

Fonte: Clarín